Fidel Castro sai do armário





























«A própria beleza é perigosa em si, conflituosa para toda ditadura, porque implica um âmbito que vai além dos limites em que essa ditadura submete os seres humanos; é um território que escapa ao controle da polícia política e onde, portanto, não pode reinar. Por isso mesmo, irrita todos os ditadores, que querem destruí-la de qualquer maneira. A beleza sob um sistema ditatorial é sempre dissidente, porque toda ditadura é por si mesma antiestética, grotesca; praticá-la representa, para o ditador e seus agentes, uma atitude escapista ou reacionária.»  Reinaldo Arenas (1943-1990), escritor cubano

Numa entrevista publicada no último 31 de agosto no jornal on-line «La Jornada», o ditador cubano Fidel Castro assumiu que houve perseguição estatal a homossexuais, sendo que muitos foram para prisões e campos de concentração. Grande novidade! Tudo isso já foi mais que documentado e testemunhado pelos milhares de homossexuais cubanos exilados, como foi o caso do escritor Reinaldo Arenas.

E se não bastasse, muitos militantes da esquerda folclórica estão bajulando o monstro das Antilhas, ao dizer que foi corajoso. Não acredito nas palavras desse senhor. Um inimigo do seu povo, um oportunista que se manteve 49 anos no poder e levou seu país para uma ditadura igual ou pior que a antecessora. E tem gente que diz que os cubanos mais ganharam que perderam com os irmãos Castro...

Diga-se de passagem, há um erro na declaração do senhor Fidel Castro. Não foi somente nas décadas de 1960 e 1970 que o governo cubano perseguiu homossexuais. Como Reinaldo Arenas deixou registrado em «Antes que anochezca», no início dos anos 1980 Fidel Castro queria ficar livre dos degenerados (escritores, artistas, prostitutas, homossexuais). O episódio ficou conhecido como «marielitos». Um adendo: uma equipe formada por psicólogos fazia testes bizarros para descobrir se o sujeito de fato era gay, seja pela vestimenta, forma de andar, ou até preferência sexual – se disse que era exclusivamente ativo nas suas relações sexuais, poderia ter seu pedido negado.

E o «excelentíssimo» caribenho faz caras e bocas e pede perdão pelos crimes contra a humanidade e quer ficar por isso mesmo. É um otário! Um mísero pedido de perdão não trará de volta os milhares de LGBTs que foram assassinados ou se mataram, por não suportar tanto sofrimento. Acrescenta-se ainda o fato de o mesmo chefe de Estado empurrar parte de seus compatriotas para o exílio. É lema «Cuba: ame-a ou deixe-a». Parece algo familiar?

O Grupo Gay da Bahia acionará Fidel Castro no tribunal de Haia pelos crimes cometidos contra LGBTs. Boa tentativa, embora acredite que acabará em pizza mesmo. Primeiro, porque a ONU é uma instituição inservível, que mais prestou desserviço do que benefício à humanidade. Veja os últimos 20 anos: os conflitos em Ruanda, os massacres na Bósnia, o terrorismo, a guerra do Iraque, a AIDS (ou SIDA), os empréstimos financeiros a governos ditatoriais e corruptos... Nada se compara as macaquices de tal organização. Sou cético ainda, pois acredito que a Corte Internacional de [in]Justiça é comandada por um bando de bundões (desculpe, caros leitor e leitora) que não têm a audácia de julgar um ditador que é paparicado por parte da intelectualidade terceiro-mundista.

E Fidel Castro não cometeu crimes somente contra LGBTs, mas contra a humanidade. Como dizem, malandro às vezes fala a verdade. Só falta agora o digníssimo soberano das Caraíbas assumir as milhares de vidas humanas ceifadas pela Revolução Cubana. Terá Fidel Castro tamanha hombridade?

Texto extraido do blog http://qlibertarios.blogspot.com

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